Uma palavra do CEO: O problema dos 275 mil milhões de euros na Europa

O Presidente e CEO da Intrum, Andrés Rubio, partilha as suas reflexões sobre os resultados do nosso mais recente estudo o European Payment Report 2023

Comentários de Andrés Rubio, Presidente e CEO da Intrum

Um quarto de bilião de euros é um valor que a maioria das pessoas tem dificuldade em imaginar. Excede o produto interno bruto de economias europeias como a Finlândia e Portugal. É o dinheiro suficiente para empregar uma força de trabalho de mais de 200 000 pessoas durante toda a sua vida profissional. (1)

As empresas na Europa gastam aproximadamente a mesma quantidade de dinheiro todos os anos a perseguir os atrasos de pagamento dos seus clientes.

O mais recente estudo da Intrum - o European Payment Report 2023 - baseado num inquérito a 10.556 executivos em 29 países, juntamente com entrevistas a líderes seniores – encontra razões compreensíveis para este desperdício extraordinário.

Em primeiro lugar, as empresas perante o actual contexto de uma economia altamente inflacionista estão determinadas a garantir os seus fluxos de caixa. A maioria dos executivos espera que a escalada dos preços e o custo mais alto dos empréstimos, atinjam os resultados das suas empresas este ano adiando iniciativas que, de outra forma, tornariam o negócio mais robusto. Quase nove em cada 10 afirma que os seus funcionários estão a pressionar para aumentos salariais maiores do que o habitual ou, é provável que o façam nos próximos meses.

Em segundo lugar, pede-se às empresas que aceitem prazos de pagamento cada vez mais longos por parte dos seus clientes. Em consequência, acabam por pagar aos seus próprios fornecedores mais tarde do que jamais aceitariam, criando um círculo vicioso.

O tempo que as empresas gastam a perseguir facturas em atraso e a negociar condições de pagamento, aumenta rapidamente. De acordo com os dados do nosso estudo, em média as empresas europeias gasta cerca de 10 horas e meia por semana atrás dos clientes para receberem. Isto significa aproximadamente 74 dias por ano, que poderiam ter sido dedicados ao crescimento do negócio. Além disso, se extrapolarmos o custo dos salários nos 30 milhões de empresas europeias – partindo do princípio de que pagam em média 17 euros por hora (2), chegamos a um valor aproximado de 275 mil milhões de euros. A nossa pesquisa deste ano também oferece algumas boas notícias. Apesar das pressões que as empresas enfrentam num ambiente macro desafiador, elas não perderam o compromisso com as iniciativas ambientais, sociais e de governança (ESG). Seis em cada 10 executivos dizem que até intensificaram os seus esforços nos últimos 12 meses para se tornarem mais sustentáveis. Ao mesmo tempo, a maioria não renunciou do crescimento e diz que está a aprender lições importantes com a recessão, o que os colocará numa posição forte quando as condições melhorarem.

Na Intrum, dedicamo-nos a ajudar os nossos clientes a receber os pagamentos dentro dos prazos acordados resultantes da venda dos seus produtos e serviços, sem por em risco as suas relações com os clientes ou gastar uma quantidade de tempo injustificável, a perseguir pagamentos. Ajudamos as empresas a crescer através de soluções que melhoram os seus fluxos de caixa e rentabilidade a longo prazo, mas que são sensíveis aos desafios que os seus próprios clientes possam estar a enfrentar. Esperamos que os nossos insights sejam úteis e teremos todo o gosto em discuti-los consigo com mais pormenor.

Andrés Rubio, CEO da Intrum

 

European Payment Report 2023: 26ª edição anual

1) Assumindo um salário médio de € 32.345 ao longo de uma vida profissional média de 36 anos, calculado com base em dados da OCDE e da CE.
2) Número baseado nos resultados do estudo da Intrum extrapolados usando dados da OCDE e da CE sobre horas de trabalho e salários médios nas economias europeias. Esteja ciente de que esta é uma estimativa aproximada, calculada com base nos dados de 2021, que eram os mais recentes disponíveis no momento da redacção deste artigo.