Fazer pelas crianças - educação financeira em tempos difíceis

Como pais, queremos o melhor para os nossos filhos e é importante prepará-los com sólidas habilitações financeiras. Mas será que também estamos a transmitir maus hábitos e crenças infundadas?

Após décadas de inflação e taxas de juro baixas, as crises económicas dos últimos anos abalaram muitas pessoas. Confrontados com o aumento dos custos, os pais, em particular, estão a sentir a pressão. Também é mais provável que digam que as suas preocupações com o aumento das contas está afectar o seu bem-estar do que aqueles sem filhos (64% em comparação com 55%).
Quase três quartos (72 por cento) dos pais refere que as suas contas domésticas estão a aumentar a um ritmo superior ao seu rendimento – mais uma vez superior ao da população no seu conjunto (68 por cento).
Nem tudo é mau. O efeito em cadeia destes tempos financeiros difíceis é que os pais se sentiram motivados para se assegurarem que os seus filhos estão preparados para o futuro.

Pais motivados para educar financeiramente os filhos

O nosso estudo revela que 63% dos pais estão mais propensos a dedicar tempo para se assegurarem que os seus filhos entendam melhor os termos e princípios financeiros do que no passado. Trata-se de uma base importante para as crianças e que lhes será muito útil e as apoirá no futuro.
Seis em cada dez pais (58%) também estão a poupar mais dinheiro como rede de segurança. Metade diz que aconselhará o seu filho a procurar um emprego bem remunerado em vez de prosseguir os seus sonhos numa profissão mal remunerada.
Além disso, dois terços (65 por cento) dos pais inquiridos dizem que advertirão os filhos para não se endividarem. Embora o endividamento problemático deva ser absolutamente evitado, é importante não assustar as crianças quando se trata de dívidas. Usada com sabedoria, a dívida realmente ajuda a sociedade a funcionar.

Fonte: Estudo da Intrum European Consumer Payment Report 2022

Então, o que devemos dizer aos nossos filhos?

Aqui estão algumas dicas que ajudarão os seus filhos a gerir o seu dinheiro e a evitar dívidas problemáticas.

  1. Aprender a orçamentar – esta é uma competência chave que servirá às crianças até à sua idade adulta. Ensiná-los a administrar o dinheiro significa saber o valor que entra e em que precisam de o gastar. Não é necessário esperar para começar; Mesmo crianças muito pequenas podem usar a sua semanada para poupar e gastar.
  2. Não ignorar os problemas – um dos maiores problemas com dívidas problemáticas é o receio que as pessoas têm de enfrentar o problema e por isso adiam a procura de ajuda. Os problemas de endividamento não desaparecem por si só. À medida que se tornam adolescentes e assumem o controlo dos seus gastos, utilize quaisquer erro com dinheiro como uma experiência de aprendizagem e enfatize que devem sempre falar e pedir ajuda se necessário.
  3. Compreender o que significa dívida – nem todas as dívidas são iguais. A dívida estudantil permite a educação, as hipotecas permitem-nos comprar casas e muitas empresas foram financiadas com dívidas. No entanto, alguns tipos de dívida são mais caras do que outras e, seja qual for o tipo de empréstimo contraído, é importante ter um plano para pagá-lo. Ter medo de dívidas vai paralisar uma criança – é muito melhor que ela perceba como ela funciona e as consequências de não conseguir pagar o que deve.
  4. Poupar para dias difíceis - poupar é uma competência que vale a pena desenvolver desde cedo. As crianças pequenas podem poupar dinheiro para um presente ou um brinquedo maior, e isso irá ensinar-lhes o valor e a satisfação de poupar. À medida que crescem, acostumar-se-ão a não gastar cada cêntimo que têm, o que lhes permitirá construir uma almofada de poupança.
  5. Ser aberto – as crianças aprendem com os pais, por isso não guarde segredos em relação ao dinheiro. Responda às suas perguntas sobre gastos, poupança e dívidas para que eles tenham as ferramentas e o conhecimento que necessitarão quando forem adultos. Mostre bons comportamentos financeiros e é provável que eles o sigam.

Insights sobre comportamentos de pagamento do consumidor

Estas informações baseiam-se no estudo da Intrum, o European Consumer Payment Report 2022. Descarregue hoje o relatório para obter ainda mais informações pan-europeias sobre o comportamento dos pagamentos de consumidores de 24 países, incluindo Portugal.